Crescer?
Todos nós passámos por isso, pela pressa de crescer, de nos tornarmos adultos, independentes, livres. E, invariavelmente, a maioria de nós acaba por chegar à conclusão que estavamos bem quando eramos pequenos e sem preocupações.
Crescer para quê?
Crescer para sair da escola e deixar de fazer trabalhos de casa e passar a estar 12 horas por dia num trabalho que raramente será aquele que ambicionamos quando eramos crianças? Que nos paga meia dúzia de tostões que dificilmente chegam ao final do mês e que nos obriga a aturar chefes incompetentes que só aparecem para apontar o dedo?
Crescer para perceber que o mundo é cruel e hipócrita, onde os teus amigos atraiçoam-te com uma facilidade incrível? Para descobrires que aqueles a quem prestaste solidariedade são os primeiros a atirarem-te aos lobos?
Crescer para deixares de ter tempo para ti e para os teus amigos? Para viveres uma vida cheia de azáfama mas vazia de conteúdo, viveres sobre a preocupação se irás manter o emprego e conseguir pagar as contas? Viveres na incógnita de saberes se irás ter reforma quando chegar a tua altura?
Crescer para descobrires que a bondade e honestidade poucos benefícios de trarão? Para seres confrontado com o triunfo da maldade e vê-la atingir as pessoas que estimas?
Crescer para te tornares em algo que não gostas? Para deixares de ser optimista e alegre e te transformares em alguém pessimista e sisudo?
Não queiras crescer miúda. Não perdes nada.